aproveitando a segunda chance

quinta-feira, outubro 27, 2005

Triste Conclusão (ou, Baixinho Gordo com Labirintite)

Ao chegar em casa, depois de tantas dificuldades em tão pouca distância andados aqui pelas calçadas de Copacabana, acabei tirando um simples conclusão:

Eu só me lembro que agora sou um deficiente quando vou pra rua...

É estranho tudo isso, porque apesar de uma serie de dificuldades, eu consegui adaptar a minha casa e me adaptar à essa vida de tal forma que na maioria das vezes eu nem lembro de tal problema (graças a Deus). Eu simplesmente tento usufruir das atividades que a mim agora estão ao alcance, como usar o computador ,vídeo game, TV, essas coisas... e por isso não fico pensando muito que pra isso ou aquilo outro eu precisaria das minhas pernas. É claro que sempre penso nas falta que ela faz, mas tento olhar pra coisas que eu ainda posso fazer mesmo sem ela... é por isso que consigo escrever aqui no meu blog tão sem revolta... Dentro do meu quarto eu não ando sentindo muita falta da minha perna, mas quando vou pra rua... é muito estranho...a sensação às vezes é que você é um baixinho gordo e com labirintite.

Baixinho porque enquanto todos estão de pé eu estou sentado, portanto olho a todos de baixo pra cimacomo um baixinho. Gordo porque agora, muitos lugares eu não consigo passar porque minha cadeira não passa... e nesse caso não dá nem pra tentar entrar de lado ou levantar um pouquinho as banhas da cintura... Teve lugar hoje nas Lojas Americanas que eu passei derrubando tudo quanto é saquinho de bala... na real eu fiz e me danei pra isso. Enquanto minha mãe me recriminava, eu já contra-argumentava em pensamento, alegando que eu só derrubei aquilo tudo porque o caminho era muito estreito... A Labirintite eu mencionei devido aos desníveis da calçada... eu ando cada hora adernando pra um lado, como se tivesse tonto... ninguém merece!

Bom, eu acho que por hoje já é suficiente, sorte de vocês que têm um amigo como eu que passa à vocês a sensação de andar de cadeira de rodas sem precisar usar uma. (obs: vale dizer que essa não é nenhuma declaração revoltada. Apenas sensata, como sempre fui, ok?).

ANTONIO BORDALLO prefere ficar na toca, porque na toca ele tá mais feliz...mas ele se amarra na rua.

Postado por Antonio Bordallo às 5:00 PM

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