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quarta-feira, novembro 23, 2005


A volta do blogueiro...



Depois de quase 20 dias sem postar algo, cá estou eu de volta pra deleite dos que gostam de ler e saber ainda mais de mim. Essa ausência digo que não foi intencional, mas até então, por mais que eu quisesse escrever algo aqui no blog,eu não conseguia... falta de inspiração, vontades..sei lá..só sei que esses últimos dias me senti num limbo que não conseguia fazer muita coisa alem de mexer (com muita ma vontade) no computador, ver filmes e jogar videogame...
Quando me perguntavam se eu andava bem, só conseguia responder que estava bem...kietinho... apatia? Depressão? Sei lá,só sei que é algo q ando tentando escapar pouco à pouco.
Há umas3 semanas também meio que voltei a malhar aqui em casa, mas essa apatia me tomou um pouquinho e mesmo com os pesos aos pés da minha cama, não sinto mais tanto ânimo pra seguir fazendo isso que é uma das coisas que bastante gosto...
Pra voltar a escrever, resolvi usar um artifício bastante necessário que há tempos eu já deveria ter feito: começar a desenvolver em texto os tópicos que eu tinha anotado enquanto internado para escrever posteriormente o que poderia ser minhas memórias dos dias de enfermaria.

Baseado nisso, no post abaixo vocês já conferem o primeiro texto da série Memórias da Enfermaria, que fala sobre a dor e seus limites numa situação dessas. Já advirto de antemão que não aconselho esse texto adequado àleitura por qualquer pessoa.

Boa Leitura !
=)
 

Postado por Antonio Bordallo às 2:25 PM

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Memórias da Enfermaria - nº.1 - Limite da Dor


Limite da dor

Antes do meu acidente, sempre acreditei que havia um limite da dor, que uma vez ultrapassado, resultaria em morte. Até por uma lógica mesmo, porque poderia ser melhor morrer logo do que sofrer de uma vez só uma dor além de tal limite. Hoje em dia temos medidas para tudo: distância, capacidade, peso... mas não temos pra dor...
(tudo bem que também não existe medida para alegria e nem para amor, mas aí já é outra historia...). Não havendo um medidor para dor, tudo fica muito subjetivo, e por isso eu ficava sempre imaginando qual seria o limite da dor...

Depois do meu acidente, minha concepção foi outra. Por mim não há um limite específico da dor, porque nossos limites vão se acostumando e então nossa tolerância à dor também aumenta, da mesma forma quando um medicamento que usamos não faz mais o mesmo efeito de antes, sendo assim necessário aumentar a dose.

Vocês devem se perguntar como deve ter sido a dor de ter uma perna arrancada. Surpreendentemente, não dá pra dizer com exatidão q é uma dor monstruosa, simplesmente pelo fato de que, além do sangue quente na hora ao permitir (graças a Deus) que sintamos uma dor do jeito q ela é, o nosso cérebro também tem um certo dispositivo que elimina a dor quando ele vê que essa vai ser muito grande a ponto da gente não suportar. Da mesma forma que a dor age de alerta pra gente que algo não está correndo bem com nosso corpo, ele simpolesmente deixa de agisr quando está mais que evidente que nós sabemos que algo não anda bem mesmo... Partindo desse princípio,eu não senti os pneus esmagando minha perna. Quando abri meus olhos depois de um instante eu já estava naquele estado... isso mostra que o cérebro também sabre driblar esse limite da dor.

Posso dizer também que maior que a dor que eu sofri na hora q perdi a perna foram as que eu fui sentindo durante os dias internados. Isso porque elas vinham acontecendo pouco a pouco e de forma intensa... lembro nos primeiros dias internado da dor que era tomar banho, pois tinham que descolar o lençol das minhas feridas das costas e depois esfregá-las... eu chorava feito uma criança desesperada. Até creio que depois de tais demonstrações de fragilidade, eu conquistei a simpatia de algumas enfermeiras.
Outra grande dor que sofri em tais dias foram das injeções...era algo que eu sempre torcia pra acabar, porém levou muito tempo pra essa agonia cessar, mas vou abordar esse tema em outro texto.

Olhando pra trás agora, depois de tudo que passei até então, posso ao menos concluir qual foi a maior dor que eu senti até então. Vou separar um parágrafo pra explicá-la e aviso de antemão que não aconselho tal leitura àtodos.

Foi numa segunda feira, dia 20 de junho. Minha perna esquerda ainda estava bastante avariada, com 70% da área sem pele e outras abaixo do nível da pele, com perda séria de músculos e tecidos. Um cirurgião plástico foi atémeu leito para avaliar a condição da minha perna para fazer o enxerto necessário. Até então, toda e qualquer coisa que fosse feita na minha perna era feita no centro cirúrgico, sempre àbase de forte anestesia, devido a descomunal dor. Tal cirurgião chegou com um jeito bem desinteressado-esnobe e acompanhado de uma assistente idem. Pedi pra eles usarem algum tipo de anestesia, retirarem o curativo no centro cirúrgico, mas não adiantou... iam tirar aquilo tudo na hora e SEM NADA de anestesia... somente jogando um soro pra amolecer um pouco as feridas... Bom, só sei que mesmo com uma pequena parte já umedecida e mais fácil de tirar, o doutor foi arrancando as ataduras de uma forma que até hoje não lembro de ter chorado e gritado tanto... e em vez dele amenizar, parece que ficou puto com minha reação e deixou pra lá o soro e foi arrancando tudo a seco mesmo! Depois de um tempo, cheguei a ficar tonto de tanta dor, além de suado, ofegante, cheio de lagrimas. Isso tudo com minha mãe do lado me abraçando com força e chorando na mesma proporção. Nunca tinha visto minha mãe chorar daquela forma...
=(
Aliem à toda essa cena o fato de que era a primeira vez que eu olhava pra minha perna depois do acidente. E eu estava lá, a vendo de uma forma como nunca havia imaginado antes... não parecia minha perna....não pela aparência do momento,mas pela forma. Era bem mais magra que a minha... foi um choque complicado, chorei bastante, mas isso é papo pra outro texto talvez...

Depois de ter avaliado por uns 2 ou 3 minutos, ele começou a fechar o curativo com atadura numa frieza, como se não tivesse feito nada a mim. Fiquei com tanto trauma daquela cena que ficou marcada como a maior dor que senti até hoje. Não foi a do acidente, não foram os cuidados no centro cirúrgico. Foi a inconseqüência de um açougueiro com diploma de cirurgião plástico que me fez sentir um dos grandes desprazeres dessa vida.

Durante esses dias internado, eu acabei passando a crer em algo para, se não minimizar a dor, ao menos fazer eu parecer mais forte que ela. Passei a acreditar que se Deus me colocou essa dor pra sentir é que Ele sabe que eu agüento. Pelo menos posso dizer que isso fez me sentir melhor nesses dias.

Hoje encaro a dor como algo que esteja inerente à minha existência nesse momento. Apesar de não ser algo natural, no meu caso creio ser necessário sentir tais incômodos para num futuro eu poder não sentir mais dores... e posso dizer que, depois de um tempo, e também de experimentar proporções tão cruéis de dor, que essas dores mínimas parecem nem existir às vezes. Agora posso dizer com propriedade que nem tudo que dói em você vaidoer na mesma proporção pra mim.
Orgulho?
Não... sobrevivência!
 

Postado por Antonio Bordallo às 2:22 PM

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sexta-feira, novembro 04, 2005


O meu próprio Festival Do Rio


Mês passado (ou o retrasado) estava começando o Festival do Rio de cinema e junto dele começava uma pontinha de trsiteza da minha parte. Isso porque tradicionalmente eu vejo pelomenos dois filmes do festival e adorava fazer algumas correrias de cinema pra cá e pra lá pra passar momentos únicos, vendo filmes que muito prouco provavel de eu ter outra chance de vê-los... e muitos episódios durante o Festival marcaram minha vida...

Já que nesse ano tive algumas complicações que todos já conhecemos, não pude acompanhar o festival como eu queria... se vocês associarem bem, eu fiz a última operaçao justo na primeira semana de festival... e mesmo saindo antes do hospital, meu estado pré-operatório impossibilitava qualquer extravagância cinematografica...

Diante deste quadro eu fiquei pensando em alguma alternativa... e se eu fizer eu mesmo o meu próprio Festival do Rio? Fiquei pensando nos recursos que eu tinha em mãos e apartir disso resolvi criar...

Lembrei que minha placa de video tinha saida de video para TV, o que possibilita eu ver o que se projeta no cpu na minha TV... principalemnte os vídeos.
Lembrei que apesar da minha grana estar curta pra alugar dvd´s e mais dvd´s, se eu fosse um pouquinho mais nerd eu poderia baixar alguns filmes na internet devido à banda larga e tambem aprender a colocar e sincronizar legendas no filme que também posso pegar na internet.
Juntei à tudo isso uma vontade contida de ver muitos filmes raros aqui no Brasil (europeus em sua maioria) que devido à internet eu teria acesso... e também lembrei que eu, como um consumidor voraz da produção nacional de filmes, perdi de ver muitos filmes devido a minha internação e agora muitos deles já estâo em dvd...

Pronto...foi só juntar o conhecimento à criatividade...
=)

E assim, ao longo dessas ùtimas 3 ou 4 semanas, fiquei vendo filmes e mais filmes... a maioria que tinha pego na intenret... outros que já estavam arquivados e eu não havia visto, e outros DVDs que eu tinha comprado... uns há mais de 1 ano e meio e nao tinha visto ainda... tirei um bom atraso...

Até agora já vi 22 filmes. São eles:

-Dois filhos de Francisco
-Meu tio matou um cara
-Mais uma vez amor
-Quase dois irmãos
O casamento de Romeu e Julieta
-Edifício Master
-Paulinho da Viola - meu tempo é hoje
-Pelé Eterno
-Redentor
-Allan Kardec - O Espiritismo
-Turma da Mônica - Cinegibi
-Mulheres à beira de um ataque de nervos (Espanha)
-Torrente - el brazo tonto de la ley (Espanha)
-Torrente 2 - missión en Marbella (Espanha)
-A comunidade (Espanha)
-Taxi 1 (França)
-Taxi 2 (França)
-Taxi 3 (França)
-South Park - bigger better and uncut (E.U.A.)
-Charlie´s Angels - full throttle (E.U.A.)
-Grass - the History of Marijuana (E.U.A.)
-O Senhor das Armas (E.U.A.)


"Não haverá adversidade que faça eu acreditar que não existe uma alternativa"

e tenho dito!
=)
 

Postado por Antonio Bordallo às 6:56 PM

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Seis meses


E completaram-se 6 meses do meu acidente e eu nem senti...

Isso é um ótimo sinal, já que na hora exata do acidente, às 13 e poucos, eu as vezes me sinto estranho... algo pra baixo e tal...
interessante que tambem observei que esse sentimento se alterna... nos meses ímpares me sinto mal e no meses pares me sinto bem...
No ultimo mes tive revolta e nesse estou tranquilo.. até mesmo feliz por sentir que as coisas já começam a se reencaixar. Já sinto-me voltando a ser o Antonio Bordallo que era antes do acidente, e isso me deixa muito feliz.

+D

Parece que foi ontme esse acidente, tanto que ainda tenho lembranças dos meus dias ainda com perna como se fosse há muito pouco tempo. E realmente me sinto bem lembrando desses dias, meio que voltando a sentir como que é gostoso sentir suas duas pernas firmes...

Mas o mundo gira no sentido horario e não vai haver nada que faça ele girar ao contrario e eu voltar no tempo, portanto...

VAMOS VIVER O HOJE!!!

=D




 

Postado por Antonio Bordallo às 6:13 PM

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quinta-feira, novembro 03, 2005


Quinta ainda é dia de foto... - parte final?


Quinta ainda é dia de foto, mas não deve ser mais até segunda ordem. Isso porque o Dr.Bijos, o microcirurgião que me cuida, disse que meu estado clinico está progredindo legal a ponto de só ter marcado minha volta no dia 22 DE DEZEMBRO! Ao menos está marcado uma passadinha no HTO no dia 9 de dezembro para finalmente, o medico responsavel por fixadores externos começar a preparar a recalcificação da minha tíbia e finalmente substituir esse horroroso "escorredor de pratos" da minha perna... Mas ainda tenho que torcer pra que tal substituição role antes das festas de fim de ano...

As fotos abaixo são as ultimas que tirei da rua até segunda ordem, ou seja, até que alguem se aventure a combinar algo na rua que eu tenha coragem e possibilidade de ir...







derradeira fotinho....de como é o meu ponto de vista qdo me devolvem pra casa como se fosse um sedex...
 

Postado por Antonio Bordallo às 3:02 PM

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