aproveitando a segunda chance

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quinta-feira, março 02, 2006


O Final da novela Rolling Stones




Levou quase 1 mês, mas finalmente acabou tudo bem. Confesso que muitas vezes fiquei receoso com alguma eventual confusão que fosse difícil se livrar na hora,mas graças a Deus não houve nada.

Resolvi sair daqui cedo , com meu amigo Chris, umas 17hs... e por incrivel que pareça, levei apenas 1 hora pra chegar ao local combinado. Não sem antes passar por algumas aventuras.
À medida que nos aproximávamos do palco a densidade de gente aumentava, até níveis subhumanos de apertamento, então imaginem como eu me sentia... Só consegui me sair bem de tudo isso graças à um bombeiro que decidiu me ajudar à chegar lá. Com muita paciencia, cautela e cordialidade ele foi conseguindo o que parecia impossível, que era abrir caminho em meio àquele monte de gente suada. Tive até a ajuda extra de um outro civil que, alterado já àquela hora, fez a linha "bêbado bom samaritano" e de tão empolgado em empurrar minha cadeira na multidão, tive que ir segurando constantemente o freio pra não ir atropelando gente que não tem nada a ver pelo caminho...

Destaco mais uma vez a boa vontade do bombeiro, já que antes de recorrer à ele, procurei antes por guardas municipais e policiais militares, que por sua vez usaram
alguma desculpa pra não me ajudarem da forma que eu precisava...

Um dos detalhes que simplesmente fez meu dia foi durante minha ida pro show. Em meio a inúmeros ambulantes, um deles que passei direto gritou "ei, écom você mesmo", e quando vi era um rapaz nos seus vinte e poucos anos se equilibrando entre duas muletas que estava lá vendendo umas bandanas dos Rolling Stones pra faturar um qualquer. Ele me ofereceu uma, mas eu recusei, até porque eu não ia usar mesmo, mas ele frisou " pode levar, é um presente pra você". Depois dessa não tive mais excusas e peguei a bandana. Aquele simples gesto significou muito pra mim. A atitude daquele cara, não por ter me dado a bandana, mas por estar lá de pé e batalhando, mesmo que equilibrado entre um par de muletas e usando um suporte pra manter o joelho estendido em cada perna. Mais que o presente, o que deixou me deixou realmente feliz foi o exemplo que ele me deu com tudo isso.

Depois de muito calor e aperto, chegamos à àrea especial. Realmente ela superou minhas espectativas, pois era uma area bem localizada,dava pra ver direitinho o palco, por não ser tão longe dele, além de elevada e espaçosa, o que conferia um status de àrea VIP, dado o aperto que víamos tão próximos do mesmo local.

A àrea especial ficava ao lado da torre de iluminação e amplificação mais próxima da calçada, o mesmo local de onde o Zeca Camargo estava fazendo a transmissão pra Globo. Esse mesmo Zeca que teve que aguentar uns coros de "ÔZeca...viado...", ainda teve que sofrer com a ameaça de garrafinhas e latinhas atiradas contra ele enquanto este estava de costas pro público trabalhando. Pela seriedade da forma que alguns selvagens jogavam os artefatos essa brincadeira não teve a menor graça. Chamar de viado atéque vai,faz parte do "entretenimento popular", agora tacar latinha e et cetera é ser muito espírito de porco mesmo...

Atrás dessa area especial onde estava, havia ainda outro "loteamento", que eram os quiosques modernos, onde podia ser coasiderado uma verdadeira àrea VIP, pois tinha de tudo: altas e fortes grades de isolamento, seguranças de terno, crachás pra todos convidados, bebidas e comidas servidos por garçons bem arrumados... tinha praticamente tudo, menos uma simples coisa: a VISTA PRO PALCO. E porque? Porque além dessa area VIP estar no nivel do chão, a area onde eu estava era justo NA FRENTE deles e com mais de 1,5m de altura!
Ser VIP é bom, mas nem sempre é tudo...

Do show, nem tenho muito o que falar, já que o mesmo já foi tão reportado pela imprensa. Apenas senti falta de alguns hits que eu não deixaria de fora, como "Love is strong", "Angie", "Paint it black", "Under my thumb" e "Sex drive", mas tudo bem. Tocar de graça na minha vizinhança já foi muita coisa, tocar o que eu quero que eles toquem já é demais...

A volta do show foi um caso a parte, já que eu já estava contando com uma eventual demora pra rumar em direção à minha casa e por isso esperamos mais ou menos 1h pra a densidade demográfica do local diminuir a ponto de ser transitável pra um cadeirante. Nesse meio tempo acabei finalmente trocando uma idéia com o pessoal que dividia com a gente o espaço, e conheci gente bem legal por lá. Tanto cadeirantes que vieram de Minas, Paraná e até da Suíça, como também praticantes de esportes paraolímpicos diversos (de tênis a até mesmo rugby!), o que me fez ver que muita coisa ainda é possivel.
Tempos mais tarde me aventurei a voltar pra casa, num ambiente onde a multidão já não era o maior problema, mas sim o chão com um sem-tamanho de entulho espalhado,fora o misto de areia suja e àgua que se encontrava por toda orla.


Uma coisa que ainda não entendo é se este show teria mesmo espaço para deficientes ou isso passou a ser considerado mesmo depois do meu apelo. Se for a segunda opção, já digo de antemão que me sentiria simplesmente lisongeado e feliz por ter ajudado mais pessoas, mas já que creio que seja a opção n°1, passo a pensar que isso tudo foi um lance de muita sorte, pois não tenho notícia de outro mega show na praia que tenha projetado algo semelhante, ao menos no Brasil, por isso acho que foi muita sorte e espero que mais e mais eventos se tornem accessíveis

O mais legal de tudo isso foi ver que essa empreitada no qual me dediquei surgiu de uma simples aposta que fiz comigo mesmo, quc era ver se eu conseguiria ou não garantir um acesso pra cadeirantes apenas enchendo o saco da organização. Mesmo quando as coisas pareciam incertas, a poucos dias do show eu dizia que no fundo eu nem sabia se queria mesmo ir ao show, até porque eu nem sou tão fanático por Rolling Stones assim,
o que eu queria mesmo era garantir o acessso para simplesmente poder ter o direito de escolher entre ir ou não ir ao show independente de ter ou não acesso, como qualquer pessoa "normal" faz. Em resumo, eu fiz isso tudo mais pelo direito de escolha do que pelo direito de ir e vir, até porque mal ou bem já tem muita gente se dedicando à este segundo.
 

Postado por Antonio Bordallo às 7:58 AM

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