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sexta-feira, março 24, 2006


O (mau) "jeitinho carioca"



Estive esses dias pensando sobre o frustrante fato de ficar ansioso e esperançoso para receber uma visita e essa do nada "deseparecer", me dar um "bolo"...
Sempre ficava frustrado, puto, decepcionado até com a tal pessoa, tentando usar o maximo de álibis para eximir da culpa essas pessoas que somente tinham a boa intenção de me ver, mas que no fim das contas acabavam não conseguindo. Procurei e procurei motivos para isso, pois tenho a certeza que ninguém furaria comigo por pura perversidade, daí então apareceu para mim uma hipótese que ainda não havia cogitado, mas era simplesmente REAL: o "jeitinho carioca"...

Para quem não sabe, nós cariocas temos muitas peculiaridades comportamentais, a maioria delas admiradas e invejadas pelo resto dos brasileiros, mas temos uma atitude que apesar de a nós não parecer mal algum, à outras pessoas pode soar extremamente deselegante: o fato de combinarmos de "aparecer" e praticamente nunca cumprirmos com o prometido.
É um fato tipicamente cultural e diplomático do carioca, já que nos damos bem com todo mundo, sempre abrimos uma possibilidade de aparecer na casa de um ou outro algum dia, mesmo que não saibamos ainda quando, mas deixamos aberta essa possibilidade por simplesmente gostarmos da pessoa. Existe mesmo o clássico diálogo entre dois cariocas que só se vêem na praia, se consideram amigos e quando um diz pra o outro ligar pra ele e "aparecer lá em casa", o outro diz que vai sim, mesmo ambos não tendo o telefone de outro e tampouco saber onde o outro mora. Esse é o típico carioca...
Isso é algo que faz parte da cultura carioca e não existe nenhuma maldade nisso, mas ao lidar com quem não está avisado desse comportamento, podem ocorrer estranhas histórias...

Falei sobre esse "desvio de comportamento" que nós cariocas temos para relatar algo que me afeta diretamente: os "bolos" que levo dos amigos que dizem que vão vir e não aparecem.
No início eu ficava triste, decepcionado com a pessoa.Não exatamente pelo furo em si, mas por que eu estava ansioso para vê-lo, contando com essa possibilidade, e do nada então percebo que esse reencontro não ia mais ocorrer. Passei os meses até então sempre contrariado por causa dessa hipótese, não sabia se a pessoa estava falando que vinha me ver só pra me agradar ou porque queria me ver mesmo. Pior que a visita que fura é aquela que sempre ameaça, diz que vem e em cima da hora não somente fura como também nem avisa que vai furar, mas continua ameaçando que vem... dei um basta.
Hoje não fico mais obcecado e me preparando pra chegar a hora que a visita vai vir. Muitas vezes ela acaba não vindo mesmo, né? Por isso agora eu resolvi relaxar e focar minha mente em outras coisas que, mesmo não sendo tão legais como a visita de um amigo querido, também me chamam a atenção e vão estar sempre me lembrando que precisam ser feitas, tais como ler uns livros, arrumar meu quarto, rearrumar minha vida em geral... e assim não mais me frustro a ver que fulano não vem mais, apenas descanso e me dedico à leitura... Foi difícil chegar a esse ponto que cheguei, mas cheguei nele depois desses "tempos vagos" que passei esperando meus amigos inutilmente. Minha percepção das coisas começou a expandir e me trazer respostas mais lógicas que agradáveis...

Passei a perceber que muitos dos meu amigos querem me ver, só que não dispõem de tempo. Dispõem sim de muita vontade de me ver,mas a correria da vida moderna não os permite. Alguns até exprimem de uma forma bem legal sua saudade ao me verem na internet ,escrevendo no msn, fotolog ou qualquer outro meio, e outros mesmo chegam a ligar diretamente pra saber como estou e pra dizer que quando estiverem mais livres me procuram. Acho lindinho isso. Outros usam esse jeitinho carioca para dizer que querem me ver, que vão tentar me ver e nunca conseguem. Não mais os culpo, porém esses tem que passar a perceber que nem sempre esse "jeitinho" pode ser empregado, pois uma coisa é você falar pra um camarada de praia que passa na casa dele qualquer dia desses , outra é você falar isso pra uma pessoa que está passando seus dias somente em casa, "trancado na masmorra", sempre à espera de algum amigo que venha lhe contar "notícias do mundo de lá"... é praticamente uma necessidade, uma carência emocional que tento disfarçar, mas as vezes, de tanto disfarçar, acaba me deixando frustrado. Em suma, é uma ação inocente que acaba tendo dimensões desastrosas...

Pensando e repensando melhor o fato e fazendo-o mais de acordo com a realidade, me deparei com um terceiro quadro que apesar de triste, eu tenho que encarar e não posso fazer nada em relação à ele: o fato de algumas pessoas ainda não estarem preparadas ou não se sentirem tão à vontade de me ver no momento, já que estou tão "modificado"... É claro que essa modificação de fato é apenas da cintura pra baixo e que com o passar do tempo muita coisa vai melhorar, mas tenho que entender que ninguém é obrigado à ter "estomago' pra ver um rapaz que estava sempre tão bem apresentado, agora num estado desses. Sinto mesmo que muita gente "força a barra" ao me ver, pois de fato não é a melhor forma de se encontrar um amigo... mas gente, desculpa. Isso aqui que eu tenho a mostrar no momento é O QUE SOBROU DE MIM. E mesmo não sendo tão desejável como um dia já fui, eu sinto orgulho da minha perna que sobrou pelo simples fato de senti-la quente por ainda estar circulando sangue.

Foi mal, gente...o Antônio não é mais bonitinho 100% com antigamente, só continua amigo dele quem gostava mais do que ele tinha por dentro do que o que ele tinha por fora.



Não quis com esse texto ser incisivo, tampouco agressivo com meus amigos que me deram tanta força até agora, simplesmente tentei expor a vocês mesmos coisas que talvez nem mesmo vocês tinham idéia de que já pensaram.

Não deixem de querem vir me ver, todos sem exceção serão bem vindos. Apenas quero que , aqueles que sabem que não vão poder vir me ver, nem se tentaram dar um jeito, não se iludam nem ME iludam com a promessa de vir. Um e-mail ou uma ligação apenas pra dizer que ta com saudade já é mais que bem vinda. Há, claro, aqueles que não me procuram há muito, muito tempo, nem me ligam e nem ameaçam me visitar, pois sabem que não ta dando pé mesmo. Não mudei nada minha relação com eles porque eu sei bem que eles gostam tanto de mim quanto eu à eles. Apenas não podem inventar de vir me visitar sabendo que não vai dar de forma alguma.
 

Postado por Antonio Bordallo às 7:33 AM

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