aproveitando a segunda chance

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segunda-feira, janeiro 01, 2007


...e 2007 chega


O dia da festa de Reveillon chegou e nada melhor que uma data dessas pra comprovar mais uma evolução. Dessa vez não foi algo tão enorme, mas na situação que me encontro, o simples fato de agora poder esticar a meia todinha na minha perna (coisa que eu não fazia antes porque um parafuso limitava) já é motivo pra comemoração pessoal.

Dessa vez a grande evolução foi em relação de onde que eu passei o reveillon, pois ano passado, com um medo óbvio, acabei passando a festa da virada de 2005 pra 2006 em casa, vendo refletidos no prédio em frente as cores dos fogos que estouravam na praia e seus respectivos estrondos... Ontem não, já que estou mais safo com minha cadeira de rodas nas ruas, decidi tentar passar na praia mesmo, como todo bom cidadão de Copacabana...

Fomos eu, minha mãe, sobrinha e meu amigo Chris. Pra ele, que não é daqui, aquele mar de gente de branco rumando par ao mesmo lugar lembrou a peregrinação dos muçulmanos à Mecca, hehehe... De fato achei que fosse estar mais cheio, já vi multidões bem maiores, mas a chuva chata e ao terror impostos pelos ataques dos traficantes nos últimos dias deve ter feito muita gente pensar duas vezes antes de ir pra lá... isso sem falar que Ipanema estava com uma festa muito mais incrementada, e por isso atraiu mais gente... Enfim, o que importa é que consegui transitar até que muito bem pela multidão e consegui até escolher um ponto bem do legalzinho pra ver, que foi um deck avançado na areia dos novos quiosques que ainda nem foram inaugurados. Ressalto que pelo menos outros dois cadeirantes tiveram a mesma idéia, pois era um posto avançado, seguro e com uma certa exclusividade...

Meia noite chegou, os fogos estouraram, e o prosecco também... Fiquei lá com os meus vendo os fogos sentadinho e curtindo a espumante bebida... A chuva não parou de cair, mas já cheguei a ver chuvas que atrapalharam mais a minha vida (no centro da cidade, inclusive...), e então deu pra curtir legal o momento, pensar nas grandes realizações que terão de acontecer esse ano... Depois de uns 40 minutos curtindo as evoluções pirotecnicas, resolvi dar um passeio com o Chris , pra ver pessoas, de repente encontrar algum conhecido... e essa parte foi algo que realmente me decepcionou. Normalmente, sempre que passava o Reveillon em Copacabana, invariavelmente eu encontrava pelo menos meia dúzia de conhecidos, seja gente que mora na área mesmo, seja a galera que veio de outros bairros... mas dessa vez não encontrei uma conhecida alma... pra não dizer que não encontrei ninguém, avistei amigo dos tempos de colégio (que não vou dizer o nome) passando meio ao largo... fiquei meio triste com isso. Não com o fato dele não ter me visto. Acho que o fato de estar de cadeira de rodas realmente me faz ser menos visto, se comparados com meus antigos 1,83m, mas po... fiquei triste. Queria encontrar gente, trocar idéia... enfim.

Segui andando com meu amigo até mais ou menos a altura da Help (uma boite para gringos solteiros...), mas nem lá estava tão animado. Já que eu estava me locomovendo usando apenas a força do braço, naquela altura eu já tinha me desgastado um tanto... ir pra Ipanema pra mim seria perfeito, pois tava rolando show do Sergio Mendes, Black Eyed Peas (que realmente é muito pop pra mim, mas fiquei curioso) e ainda ia rolar show do Infected Mushroom, e faltar a esse show sim me fez sentir que estava perdendo grande coisa...enfim, não deu pra ir.

Segui o caminho da volta, e pelo menos deu pra curtir o passeio, já que estava “vazio” o suficiente pra ver as pessoas comemorando, dançando na rua... e eu também tava bastante feliz, foi a primeira noite de Reveillon que curti na rua desde meu acidente, e a minha felicidade por mais esse gostinho de liberdade me fez seguir meu caminho sempre sorridente...
=)
Não sei se meu pensamento está errado ou não, mas por um momento senti que sorrir, ser feliz quando se tem duas pernas parece até ser fácil... ao menos suspeitei que a maioria das pessoas que estavam lá andando, pulando , comemorando, não estariam com metade de meu sorriso se tivessem que naquele momento se locomover numa cadeira de rodas... me senti forte por um momento... como se meu sorriso valesse mais do que um sorriso fácil ( porém não ilegítimo) deles...

O som estava sendo transmitido por várias caixas de som ao longo da orla, e todos curtindo as músicas , mas foram os primeiros versos de uma música que me fez sentir algo diferente:

“A MINHA ALMA TÁ ARMADA E APONTADA PARA A CARA DO SOSSEGO...”

Nessa hora senti um arrepio e com isso surgiu a sensação da presença de quem faltava nesse festa, e que eu tava mesmo com saudade: a minha perna direita... O legal é que tal arrepio que me fez senti-la de volta durou bastante, até mais ou menos eu voltar pra casa. Foi como se ela estivesse também dando um passeiozinho comigo naquela festa de ano-novo, e ela bem que merecia...
=..)

Pra finalizar então publico a letra da música “A minha alma” do Rappa, eu talvez queira dizer alguma coisa sobre esse ano novo pra mim:

“A minha alma tá armada e apontada para cara do sossego,
pois paz sem voz,
paz sem voz
não e paz é medo

Às vezes eu falo com a vida,
às vezes é ela quem diz
qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz
Às vezes eu falo com a vida,
às vezes é ela quem diz
qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz


As grades do condomínio são pra trazer proteção,
mas também trazem a dúvida se não é você que ta nessa prisão.
Me abrace, e me de um beijo,
faça um filho comigo,
mas não me deixe sentar na poltrona num dia de domingo.
Procurando novas drogas de aluguel
neste vídeo coagido,
é pela paz que eu não quero seguir admitindo.”



Bom, desejo a vocês um ano tão bom como esse que eu tenho certeza que vai ser pra mim.

=)


Abaixo, algumas fotos ...








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Postado por Antonio Bordallo às 1:21 PM

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